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Quando iniciei meu trabalho com a doença do alcoolismo em 1983, os espaços de tratamento eram voltados ao universo masculino. Era notório a invisibilidade da doença do alcoolismo em mulheres. Ao passar dos anos fomos assistindo de forma silenciosamente perniciosa o crescimento dessa doença em mulheres, especialmente entre nossas adolescentes.

Apesar da cegueira psíquica, reconhecemos que as mulheres estão bebendo muito. Porém, ainda estamos fazendo muito pouco em termos de tratamento e prevenção do alcoolismo feminino. A Pandemia chegou, e com ela a visibilidade através das nossas mídias digitais.

Em um curto espaço de tempo, em salas de reuniões on-line de Alcoólicos Anônimos, um número muito significativo de mulheres estão descobrindo que existe ajuda, existe esperança. O expressivo ingresso de mulheres nas salas de reunião on-line para o tratamento do alcoolismo, protegidas pelo anonimato, reforça que, apesar dos avanços conquistados pelas mulheres, ainda vivemos numa sociedade excludente.

Alcoólicos Anônimos mais uma vez, através de seus princípios, nos oferece o exemplo que devemos ser sempre inclusivos e jamais excludentes.